sábado, 8 de outubro de 2016

Parabéns A.C.B Floresta Montenegrina, pelos 100 anos de história!

O Grupo Afro Orgulho da Raça agradece a Associação Cultural Beneficente Floresta Montenegrina pela Comenda "Floresta Montenegrina 100 anos de Histórias e Memórias no Vale do Rio dos Sinos" e a parabeniza pelos 100 anos de história!
Viva Floresta Montenegrina! Viva a cultura afro-brasileira! Axé!


--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Grupo Afro Orgulho da Raça 
Há 20 anos resgatando e valorizando a cultura afro-brasileira.

domingo, 2 de outubro de 2016

Grupo Afro na abertura da 12ª Gincana Farroupilha da Escola Borges

No dia 16/09, a Escola Borges de Medeiros realizou a 12ª Gincana Farroupilha com o tema “República das Carretas”.
O Grupo Afro se fez presente participando da abertura do evento, com coreografia e falas baseadas na história dos Lanceiros Negros...
Conheça agora um pouco mais sobre as histórias desses bravos heróis anônimos:

O Blog Republica Riograndense descreve a história e o Massacre de Porongos:

O comandante do exército farroupilha David Canabarro se encontrava no Cerro de Porongos, em novembro de 1844, com suas tropas que formavam um efetivo de pouco mais de mil homens, onde também se encontravam o General Netto e o comandante Joaquim Teixeira Nunes, que comandava o Corpo de Lanceiros Negros, naquele momento estava sendo tratada a paz no estado onde os enviados dos farrapos negociavam com Caxias as clausulas da pacificação, e segundo os relatos havia um acordo de cessar fogo entre os combatentes durante as negociações, acordo que teria sido acertado entre David Canabarro e Caxias, representado por Moringue que comandava as tropas que estavam próximas ao Cerro de Porongos.
O Corpo de Lanceiros Negros era formado por escravos que se incorporaram voluntariamente aos farrapos em troca de uma promessa de alforria assim que a guerra terminasse e a Republica Rio-grandense fosse reconhecida pelo Império brasileiro, os lanceiros negros, formavam um batalhão de infantaria de primeira linha de batalha, usavam como arma lanças de madeira, e geralmente nas batalhas que participavam faziam a linha de frente dos combates, foram incorporados devido a uma necessidade de recrutar soldados para as batalhas contra os imperiais que sempre contavam com um contingente bem superior ao dos farrapos, além de defender a republica eles sim realmente lutavam por liberdade não só a liberdade de seu estado, mas uma liberdade própria uma liberdade pessoal, e praticamente todos os negros que combatiam ao lado dos farrapos eram membros do corpo de lanceiros negros que se encontravam no Cerro de Porongos, e no decorrer da guerra passaram a serem temidos pelos imperiais pela forma que se comportavam nos campos de batalhas e serem considerados guerreiros que lutavam destemidamente e aterrorizavam os inimigos, mas também era um dos pontos a serem resolvidos para o acordo de paz.
Havia uma grande parte dos comandantes farroupilhas que era contra os negros lutarem pelo exército farroupilha como iguais a qualquer outro soldado, entre eles o comandante David Canabarro, e principalmente a ala de dissidentes contrária a Bento Gonçalves, e o massacre de porongos como ficou conhecida esta batalha até hoje é motivo de discórdias de interpretação, pois para muitos David Canabarro traiu os farrapos e para outros ele foi ingênuo ao acreditar que os imperiais não o atacariam durante as negociações de paz.
Na madrugada de 14 de novembro de 1844, uma tropa de mais de mil homens comandados por Moringue invade o acampamento farroupilha no Cerro de Porongos onde hoje é a atual cidade de Pinheiro Machado, e ataca o exército farroupilha que estava totalmente despreparado e desorganizado, pois não contavam com o ataque surpresa, que iria deixar grandes baixas entre os farrapos e seria a ultima grande e importante batalha da guerra que estava chegando ao seu fim, Alcy Cheiuche (2010) descreve como aconteceu o ataque:
[…] A fuzilaria estala de todos os lados. O acampamento desperta em pânico. Os primeiros que se levantam caem mortos ou feridos. Outros se arrastam em busca de armas. A cavalaria imperial entra a galope, pisoteando tudo. A gritaria é infernal. Os mais valentes lutam de arma branca para salvar a vida. A maioria dos soldados e oficiais foge em completa desordem. As lanças estão empapadas de sangue. Saindo da carreta, o general Canabarro não perde tempo em vestir as calças. Embora pesadão, salta em pelo no primeiro cavalo que encontra. E foge a galope solto, sem olhar para trás. (CHEIUCHE. 2010. p. 168).
Na batalha de porongos, os lanceiros negros, foram praticamente exterminados pelos imperiais, pois um dia antes do ataque Canabarro havia dado uma ordem para desarmá-los com a alegação de que poderiam fazer uma rebelião, deixando-os no momento da batalha sem poder se defender e a ordem do comandante Moringue era de matar todos os negros que pudessem, o saldo foi de quase duzentos farrapos mortos e de mais de cem presos, dias após o ataque de porongos os imperiais emitiram uma declaração e a distribuíram por todo o estado de que Canabarro havia feito um acordo para o ataque de porongos inclusive de que desarmaria os negros que estavam no acampamento e em troca os imperiais poupariam os comandantes e poderiam exterminar os negros que eram um problema para a pacificação, David Canabarro negou a traição e se declarou inocente mesmo com os fortes indícios que existiam e alegava que tudo era uma estratégia de Caxias para desestabilizar os farrapos e forçar a qualquer custo a rendição dos mesmos.
DANNENBERG, Marco. O Massacre de Porongo, disponível em <https://republicariograndense.wordpress.com/2013/04/03/o-massacre-de-porongos/>, acesso em 28/09/2016.

Após a coreografia dos Lanceiros Negros, realizamos a fala contando a história e realizando um “paralelo” entre os antigos Lanceiros Negros e os “Lanceiros Negros da Atualidade”.
Confira abaixo (adaptada da Poesia Lanceiros Negros de Miguel Cimirro/Delci Oliveira):




LANCEIROS NEGROS! 1844
Ano mil oitocentos e quarenta e quatro.
Na calada da noite, novembro, quatorze:
Cai o pano ao final do sinistro teatro
Que varreu do cenário os guerreiros de bronze
Para que desarmar a milícia cativa
Que não tinha mais pátria, somente patrão?
Tanta esperança e fé e a querência adotiva
Em lugar do batismo deu-lhe a extrema-unção.

Foi “surpresa”?... Ou “traição”?
E dormindo e sonhando morreram escravos
Em Porongos – calvário dos negros lanceiros!
Alguns poucos restaram, famintos, feridos.
  
E o vento no cerro semelha gemidos.
Há uma tarja de luto num livro de história!

LANCEIROS NEGROS! 2016
Ano dois mil e dezesseis
Ao amanhecer, setembro dezesseis
As cortinas se abrem vislumbrando horizontes
Que traz de peito aberto, homens e mulheres
Que com sonhos e esperanças,
Trazem a bravura e dos lanceiros a LANÇA
Conquistamos vez e voz! Num chão que também é nosso
De fato e de direito
E nós, Cidadãos Negros, queremos todos respeito.

É “surpresa”?... “Ou é constatação”?
E acordados e guerreiros vivemos libertos
No Brasil, no Rio Grande temos nossos direitos!
Somos a maioria da população, que com trabalho e competência, conquistamos esta querência.
E os ventos soprando a nosso favor.
Dos lanceiros herdamos a coragem!
Queremos gritos de felicidade e não mais de dor.
Queremos nos livros de história:
VIVA ZUMBI! VIVA JOÂO CÂNDIDO!
VIVA OS LANCEIROS! NEGROS COMO NÓS!
VIVA! VIVA! VIVA!

Veja, agora, na integra, em HD, a participação do Grupo Afro na abertura da 12ª Gincana Farroupilha da Escola Borges:





Imagens; Profª Lisandra Ferraz



Imagens: Alexander Jacob

Veja as fotos:








--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Grupo Afro Orgulho da Raça 
Há 20 anos resgatando e valorizando a cultura afro-brasileira.